terça-feira, 2 de novembro de 2010

PARA REFLETIR

Sem educação falta solução

Cuidados com riachos, canais e lagoas precisam ser seguidos pela população
02.11.2010| 01:30
  • jornal o povo
As calhas fluviais e pluviais da capital cearense estão sendo desobstruídas por equipes de trabalhadores da Prefeitura de Fortaleza. É uma tarefa preventiva em relação à possível quadra chuvosa de 2011 que se aproxima.

Os pontos beneficiados envolvem os canais do Lagamar e do Jardim América. Entretanto, faltando conscientização da população, o trabalho pode ficar sem resultados. Pessoas ouvidas pela reportagem na zona do primeiro canal acusam outros moradores de jogar na calha todo tipo de lixo, incluindo sofás, fogões e armários inservíveis.

Infelizmente, Fortaleza é uma capital ainda longe do modelo no qual cursos d’água naturais e artificiais integram a paisagem bucólica de uma cidade, às vezes até para transporte complementar de pessoas. Ao contrário de metrópoles do Primeiro Mundo, em que canais são margeados por ruas paralelas e vicinais, a exemplo de Estocolmo e Amsterdã.


Em termos locais, constata-se poluição em lagoas, que já foram mais identificadas com a fisionomia da capital cearense. Mas existem reservatórios bem cuidados pela população em volta, assim como por autoridades, voltando a ser locais de banho e pesca esportiva.


Talvez um princípio de solução seja o retorno da política de parques urbanos, que a Prefeitura começou a implantar 30 anos atrás. Foi a época da urbanização das lagoas do Opaia e de Parangaba, e do Parque Adahil Barreto, núcleo do Parque Ecológico do Cocó, este patrocinado pelo Governo do Estado. Nos anos 1990, o Município reativou a ideia nos parques Rio Branco, no Joaquim Távora, e do Parreão, vizinho ao Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé.

Alguns desses esforços, como aconteceu no Opaia, foram negligenciados por administrações municipais posteriores e ficaram sucateados. Além da meta paisagística, lagoas como a própria Opaia foram, com a cooperação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), beneficiadas com peixamento, destinado a contribuir na alimentação da população de baixa renda no entorno.

Portanto, que sejam desobstruidos canais, riachos e lagoas, mas que, primordialmente, se reeduque a população em volta, primordialmente a mais desassistida, a fim de que garanta pelo menos razoáveis condições de qualidade de vida.

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